Homem cansado no trabalho

Impacto do desemprego na saúde mental

A pandemia agravou a crise e fez subir exponencialmente as taxas de desemprego no país. Ainda que a situação esteja melhorando, muita gente foi afetada com isso - e não apenas “no bolso”.

Arrumar um trabalho fica mais difícil e estressante quando as taxas de desemprego estão altas ou subindo. Elaborar um currículo, fazer entrevistas, se aplicar às vagas com frequência e se preparar para as seleções também pode ser desafiador e mexer com o psicológico.

Quais os impactos que o desemprego pode causar na saúde mental?

Mulher cansada no trabalho

 

Trabalhar é um exercício de cidadania. A ocupação também está - de algumas formas - associada à saúde do operário. Trabalhar significa socializar, ter segurança, reconhecimento e controle de sua vida. A ausência do trabalho e suas consequências financeiras podem causar impactos negativos às emoções das pessoas. É comum sentir um sentimento de rejeição, incapacidade, isolamento e muitas vezes levar à reclusão.

A depressão pode ser um efeito colateral negativo do desemprego, visto que essa situação da ausência do trabalho gera ansiedade e estresse. A depressão é um dos maiores problemas de saúde que temos atualmente, sendo derivada de questões relacionadas à produtividade e funcionalidade do sujeito e seu papel na sociedade. Assim que ela se instala, a percepção da pessoa é de que nada que seja feito possa gerar uma ação positiva ou construtiva no mundo ao nosso redor.

Quem mais sofre com a depressão causada pelo desemprego?

Mulher sendo vítima de olhares maldosos no trabalho

 

Alguns grupos sociais podem ser mais suscetíveis a quadros de depressão oriundos da falta de trabalho. Em função do racismo e marginalização social que alguns nichos enfrentam, pode ser mais complicado a entrada e permanência no mercado de trabalho - o que evidencia maiores chances de desenvolvimento da depressão.

Populações pretas, LGBTQIA+, idosos, PCD’s, soropositivos e pessoas de baixa renda são via de regra um alvo deste cenário, tendo em vista as dificuldades que enfrentam ao longo da vida frente a um histórico geral de exclusão. 

Quais os sintomas que a depressão pode causar e de que forma é feito o diagnóstico?

Mulher sentada no divã

 

Em meio ao desemprego, uma série de sentimentos vêm à tona e podem confundir a cabeça do profissional; porém, é importante identificar o real estado de saúde mental em que ele se encontra - visto que o agravamento do quadro traz um risco substancial à vida dessas pessoas.

A depressão é diferente do estado de melancolia. É normal sentir tristeza ou desânimo momentâneo, porém, quando há uma dinâmica que envolve recolhimento e progressiva falta de interesse por tarefas que antes eram muito atrativas, está na hora de rever alguns conceitos.

Diferentemente da melancolia, a depressão não é momentânea - ele tende a se estender por mais tempo e ser mais intensa, a ponto de descolar o trabalhador de seu ambiente, relacionamentos e lazeres.

A pessoa desempregada que sofre de depressão pode sofrer uma paralisação da vida profissional. É certo pensarmos que o que nos movimenta a buscar um emprego são nossas qualificações, porém, com a rejeição sucessiva e a demora no aceite, isso acaba gerando dúvidas no operário; e ele acaba colocando suas habilidades contra a parede.

Se esta noção estiver atrelada ao pensamento de que não possuímos nada de positivo ou funcional a oferecer, o indivíduo pode desistir de sua procura e o sentimento de não pertencimento pode instalar-se, sendo um sinal importante que demanda auxílio.

O auxílio de um profissional qualificado é substancial para identificar um possível quadro de depressão. Consultas em psicólogos ou psiquiatras podem evitar que o quadro se instale de vez ou que piore.

Como reverter o quadro de depressão?

Mulher feliz no trabalho

 

O desempregado deve encarar esse período sem trabalho para reavaliar-se: no que é possível melhorar e investir? Além disso, pode pensar em formas alternativas de ganhar dinheiro e explorar novas habilidades enquanto a tão sonhada vaga não aparece. 

O apoio de familiares e amigos é muito importante nesse recomeço, e cabe a eles recolher e incentivar as pessoas sempre que possível para garantir que não desanimem e que seus esforços sejam reconhecidos. Desemprego não é sinônimo de fracasso.

É ideal que as pessoas se abram para o novo e para serem ajudadas: se o isolamento é um dos principais efeitos colaterais do desemprego, uma das alternativas seria - além da busca de um profissional especializado, grupos de apoio que oferecem serviços essenciais às pessoas nessas situações. 





Fontes: 


Catho - Carreira e Sucesso


Paulo Alencar Psicólogo

Deixe um comentário

Os comentários precisam ser aprovados antes da publicação.