Hábitos que prejudicam sua saúde mental: quais são e como mudá-los?

Hábitos que prejudicam sua saúde mental: quais são e como mudá-los?

À medida que vamos crescendo e formando nossa personalidade, enraizamos alguns hábitos que podem ser nocivos à nossa saúde mental. Nossa intenção aqui é te ajudar a identificá-los (o que pode não ser uma tarefa tão simples como se pensa) e substituí-los por atividades saudáveis.

Frustrações, estresse ou depressão: alguns hábitos nocivos que adquirimos e praticamos em nossa rotina, mesmo sem perceber, podem ocasionar males como esses. Ainda que não haja “uma maneira certa de se viver” - como uma receita de bolo - precisamos nos atentar ao que nos prejudica e evitar que nos acomodemos, afinal, esse lance de “depois eu penso nisso” pode custar caro.

Observar e analisar são uma excelente forma de começar o entendimento sobre esses hábitos, os efeitos que eles causam e de que forma podemos extingui-los ou substituí-los. 

Mas antes de abordarmos de fato cada um dos hábitos que listamos, vamos falar um pouquinho sobre como funciona a internalização dessas práticas; o que vai também ajudar bastante na hora de “mudá-los”.

Como os hábitos são formados e como podemos mudá-los?

O que o cérebro mais “ama” é a facilidade de executar ações. Por isso, às vezes ficamos reféns de hábitos não muito saudáveis - de certa forma, eles automatizam e viabilizam mais facilmente a resolução de problemas. 

Dessa forma, ainda que não nos lembremos ao certo, são criados e enraizados os hábitos. De acordo com o best-seller de Charles Duhigg - O Poder do Hábito - os hábitos tem 3 pilares principais:

1 - Gatilho: acontecimento ou causa de determinada ação. É o que desencadeia o hábito.

2 - Ação: é o hábito propriamente dito.

3 - Recompensa: a sensação que fica após a execução do hábito.

Todo hábito marcado em nosso cérebro passa por essas três etapas. Dessa forma, para mudarmos um hábito, precisamos identificar o gatilho e alterá-lo ou eliminá-lo por um gatilho positivo - que leve a uma ação positiva. A recompensa também precisa estar presente.

Para exemplificar, vamos trazer uma ação trivial que está presente em seu dia a dia e explicitá-la de acordo com o que os estudos mais recentes sobre os hábitos, dizem:

“Você escova seus dentes todos os dias. Por mais que não seja da forma recomendada pelos dentistas muitas vezes, esse é um hábito presente em sua vida. O gatilho desse hábito é a sua escova de dentes, que está no seu banheiro. Sempre que você entra lá (local), você vê a escova (objeto) [neste caso, local + objeto = gatilho] e lembra que você deve escovar os dentes [ação] para ter aquela sensação de limpeza e frescor na boca e prevenir cáries e outros problemas [recompensa].” 

  • Instituto de Psiquiatria Paulista

Claro que existem hábitos que são mais complicados de diagnosticar ou extinguir, mas o primeiro passo é identificar o gatilho: ao se deparar com a ação de um hábito ruim, você deve retroceder à situação anterior que serviu de gatilho para este hábito - Como você estava? O que sentia? O que fazia? - Essas perguntas podem te ajudar a começar.

Depois da ação executada, vem a recompensa. No caso de comer um doce, por exemplo, a recompensa é a sensação posterior que você tem ao comê-lo.

Vamos a outro exemplo:

“Você deseja integrar a atividade física à sua rotina. Um gatilho que você pode colocar para incitar a ação, é deixar a sua roupa de exercícios no sofá da sala ou sobre a sua cama. Assim, ao deparar-se com aquilo, você lembrará que precisa fazer atividade e encontrará menos resistência em se trocar e partir para a sua atividade. Depois da ação, uma possível recompensa pode ser um tabletinho de chocolate amargo ou alguma outra coisa que lhe dê prazer e que não lhe prejudique. Assim, pouco a pouco, um novo hábito pode ser incorporado.”

  • Instituto de Psiquiatria Paulista

Dessa forma, o ideal é tomar consciência do seu hábito, já que com o tempo ele tende a se tornar inconsciente, identificar os gatilhos e mudá-lo. 

Agora que você já tem ciência de como os hábitos se formam, vamos entender quais são os mais nocivos à saúde da mente?

Hábitos que prejudicam sua saúde mental: quais são eles?

1 - Redes Sociais em excesso

Super comum especialmente entre os mais jovens, as redes sociais podem gerar frustração, já que mostram um fragmento de realidade - muitas vezes, distorcida. 

Não gaste tanto tempo no Instagram ou no TikTok por exemplo - entenda que a “vida perfeita” não existe; e que todo mundo tem problemas, tristezas e decepções. Pare de se comparar.

2 - Deixar tudo pra depois

Dê um “chega pra lá” na procrastinação. Deixar as coisas para depois pode atrapalhar MUITO sua rotina e gerar ansiedade desnecessária. Interiorize suas prioridades e adiante os trabalhos - o máximo possível. Essa sensação de “work done” é muito satisfatória!

3 - Você PRECISA ser sua prioridade

Cuidar-se é um gesto de amor próprio que pode também ajudar as pessoas ao seu redor - afinal, se você não se cuidar para poder cuidar dos outros, quem vai?

E quem te ama e está mesmo torcendo por ti, vai ficar muito feliz em vê-lo realizado.

4 - Ficar em relações tóxicas

Algumas pessoas são extremamente danosas para nossa saúde mental. Elas podem ter “o poder” de nos fazer sentir como se fôssemos a fonte de todos os problemas - e não é bem por aí. Qualquer pessoa que tentar controlá-lo ou fazer se sentir inferior, não merece que você a mantenha em seu círculo. Analise, converse e peça ajuda.

5 - Não manter relações saudáveis com as pessoas

Não exclua da sua vida quem realmente te faz bem. Entendemos que o trabalho ou a rotina corrida do dia a dia pode te afastar um pouquinho dos demais, mas, é muito importante ter uma rede de apoio com quem você possa contar sempre. Delimitar limites e tempo é super necessário para qualquer relacionamento, mas, esteja disponível para quem se preocupa com você. Essas pessoas valem o investimento. ;)

6 - Não ter um momento para você extravasar

Não adianta - todo mundo fica estressado ou tenso uma hora ou outra. O importante é reservarmos um tempo para podermos liberar essa energia acumulada e extravasar esses sentimentos. Alguns conseguem isso com a leitura, filmes, exercícios ou meditação.

7 - Alimentação “ruim”

Esse é um dos fatores mais menosprezados quando o assunto é saúde mental. Acontece que comer bem é muito importante para nutrir o corpo e ter mais disposição. A comida influencia diretamente no nosso humor - fora que constrói uma relação afetiva com o corpo: quem come de forma saudável, tem um shape melhor e uma saúde melhor.

Se você precisa de uma ajudinha com vitaminas e minerais, conheça o Multivitamínico Simple.


8 - Sedentarismo

Mexer o corpo libera hormônios que proporcionam prazer. Por isso, bora pra pistinha correr, andar de bike ou puxar ferro - além de melhorar sua relação com o próprio corpo e autoestima, vai te ajudar a manter a saúde física também; diminuindo o risco de doenças vasculares.

9 - Vitimização

Aprenda: o mundo não te deve! Sai dessa vibe de achar que você é o centro do mundo e tudo acontece para que você seja injustiçada. Pensa que existem acontecimentos menos felizes na vida de todas as pessoas - o que muda é a forma como cada um encara e lida com isso. Tente manter o pensamento positivo!

10 - Calar-se

Não precisa aceitar tudo que lhe é falado. O diálogo é sempre a melhor alternativa e, tudo bem se vocês tiverem que “concordar em discordar” - até porque isso afeta diretamente no nosso bem-estar.

11 - Consumir informações demais

Diariamente somos bombardeados com um monte de informações sobre o mundo, mercado e pessoas que acompanhamos. Isso pode gerar quadros de ansiedade e depressão. É importante manter seu filtro sempre ligado para que a saúde mental não se prejudique: dê um tempo no jornal, desligue a TV e vá ler um livro.

12 - Não viver o presente

Você está vivendo ou sobrevivendo? Bora aproveitar seu dia da melhor forma possível! Se estiver em seu trabalho, foque neste momento e não deixe as coisas para depois. Nos seus momentos de lazer com a família, fique offline - a foto do Instagram pode esperar, né? Assim você curte “de verdade” as pessoas ao seu redor.

13 - Viver para o outro ou depender de alguém

Ninguém é sua razão de viver - a não ser você mesma. Sua felicidade e bem-estar não podem e não devem depender de outras pessoas. É importante compartilhar boas experiências, mas, manter-se sempre como sua prioridade e conservar a sua individualidade é indispensável para uma vida sadia.

14 - Problematizar tudo

Críticas precisam ter limites. Hoje em dia a Internet nos permite fácil acesso á opiniões de terceiros sobre vários assuntos, bem como a compartilhar a sua visão com o mundo também. Acreditar que tudo pode ser um problema é muito nocivo à sua saúde mental, pois pode lhe tirar o prazer das coisas.

15 - Fazer tarefas demais ao mesmo tempo

Calma, calma! Não precisa absorver o mundo! Nosso cérebro tende a dividir a atenção quando estamos a desempenhar mais de uma tarefa a o mesmo tempo. Isso exige mais esforço mental e pode provocar estafa e burn out a longo prazo. Estabeleça suas prioridades e dedique-se com calma às suas tarefas. O mundo não vai acabar amanhã.


16 - Não cuidar do seu sono

Ter uma rotina e higiene adequada do sono é imprescindível para um bom rendimento em qualquer área da sua vida. Privar-se de dormir pode acarretar ganho de peso, mudanças de humor e obviamente afetar sua saúde mental.

17 - Não ter momentos para relaxar

Não comprometa 100% dos seus dias com tarefas obrigatórias. Produtividade é fazer o seu trabalho de 8h em 6h e poder usar o resto do tempo para curtir, descansar ou fazer o que quiser.

18 - Buscar informações para tudo o que acontece ao redor

Nem tudo precisa de explicações! Às vezes você só não está a fim e ponto. Relaxe um pouco na tentativa de encontrar respostas ou concatenações para todos os acontecimentos. 

19 - Levar tudo muito a sério

Encare a vida com bom humor - ele é fundamental para sua saúde mental. Dê a atenção devida aos problemas, mas sem que eles “dominem” a sua vida por completo.

20 - Não encarar sua solidão

Contente-se com sua própria companhia - se você não se sentir completo, como pretende “transbordar” na vida de alguém? Estar sozinho te permite mais momentos de auto análise e reflexão; o que via de regra contribuir para sermos cada vez melhores com nós mesmos e quem está ao nosso redor.

Agora é a hora da mudança!

Se você se identificou com algum ou alguns desses hábitos, tá na hora de encarar a mudança! Comece a buscar - por meio da auto análise - quais são os gatilhos que o impelem a agir de determinada maneira; e como você se sente com isso. 

Mude devagar, busque ajuda se necessário - não há nada de errado ou vergonhoso nisso - você está apenas se esforçando para ser uma pessoa melhor.




Fontes: 

Instituto de Psiquiatria Paulista

Psicologia Viva

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