Tratamento da obesidade: dieta, remédios, suplementos e cirurgias
O plano deve ser sempre feito junto a seu médico para surtir efeito positivo, porém, dieta e atividades físicas regulares devem estar sempre presentes na vida de quem luta contra a balança.
O tratamento contra a obesidade terá mais sucesso se você traçar um plano de longo prazo junto ao seu médico de confiança. Naturalmente, isso englobaria a prática de exercícios físicos e limitação na ingestão calórica. Dependendo do caso, o especialista pode prescrever remédios para auxiliar no processo ou mesmo sugerir uma cirurgia.
Por onde começar?
O primeiro objetivo deve ser melhorar a saúde, não atingir o peso ideal. O tipo de tratamento escolhido será correlato ao estado atual de cada paciente, bem como seu nível de obesidade.
E não estamos falando “apenas” de atingir o peso ideal, mas também de mantê-lo; o que é uma tarefa árdua e diária. Porém, fazê-lo pode evitar complicações e o aparecimento de outras doenças como diabetes, hipertensão, colesterol alto, infertilidade, refluxo e osteoartrite.
O tratamento da obesidade é realizado por um endocrinologista ou nutrólogo, normalmente acompanhados por uma equipe multidisciplinar contendo nutricionista, bariatra e educador físico - pois normalmente é necessário mais de um tipo de tratamento.
Por fim, mas não menos importante, é preciso também cuidar da saúde mental com um psicólogo, a fim de identificar e tratar possíveis gatilhos que estejam atrapalhando as conquistas.
Os principais tratamentos para a obesidade indicados por especialistas são:
1 - Alterações na dieta
Por meio do controle da alimentação, é possível evitar e tratar a obesidade. Uma dieta rica em alimentos naturais, frescos, integrais e sem açúcares é o primeiro passo a se dar na luta contra a balança.
Um cardápio individualizado deve ser feito por um nutricionista, tendo como base a idade, sexo e necessidades de cada paciente. Dessa forma, fica mais fácil controlar a ingestão calórica para garantir um déficit ao final do dia. Uma calculadora específica pode te dar ao menos uma margem de quantas calorias você deve ingerir no dia de acordo com seus objetivos.
É possível também associar suplementos alimentares para evitar carências nutricionais e hipovitaminoses.
A maneira mais segura de perder e manter o peso é traçar uma estratégia a longo prazo, visto que mudanças muito repentinas e intensas podem dificultar a adesão do paciente.
2 - Praticar exercícios
Caminhar, nadar, correr, lutar… o exercício físico é um excelente aliado na perda de peso e aumento de bem-estar, dada a quantidade de hormônios liberados durante e após a prática.
Exercícios aeróbicos aceleram o metabolismo, incentivando o gasto calórico e favorecendo a perda de peso. Para que isso aconteça, o ideal é investir no mínimo, de 150 a 300 minutos semanais em treinos e, claro, sempre acompanhado pela avaliação e validação de um especialista de modo a evitar lesões ou riscos à saúde.
Além disso, pequenas mudanças como evitar o uso do carro ou elevador, por exemplo, podem contribuir ainda mais para manter o corpo ativo e em queima calórica.
3 - Remédios
Quando o paciente tem IMC superior a 30kg/m² e doenças associadas; é normalmente indicado o uso de medicação, como:
- Supressores de apetite: sibutramina, anfepramona ou femproporex, pois agem diretamente no centro da saciedade no cérebro, diminuindo o apetite, o que reduz o consumo de calorias ao longo do dia e ajuda no emagrecimento;
- Redutores da absorção de gorduras, como o orlistate, que agem inibindo algumas enzimas no intestino, o que bloqueia a absorção de parte da gordura dos alimentos, diminuindo a quantidade de calorias ingeridas por dia;
- Antagonista do receptor CB-1, como rimonabant, que age diretamente no cérebro inibindo o apetite, aumentando a saciedade e diminuindo a compulsão alimentar;
- Termogênicos, como efedrina, que agem acelerando o metabolismo fazendo com que o corpo gaste a gordura acumulada como principal fonte de energia.
Somado a isso, existem outras medicações que podem ser utilizadas para combater a obesidade, como antidepressivos e ansiolíticos. Alguns exemplos são a fluoxetina, sertralina e bupropiona.
Qualquer medicação deve ser utilizada apenas com prescrição médica, pois pode trazer riscos ainda maiores à saúde do paciente através de efeitos colaterais indesejados.
4 - Bariátrica
A cirurgia bariátrica é um recurso utilizado pelos médicos com pacientes que tenham IMC acima de 40kg/m2 - o que caracteriza obesidade mórbida - ou obesidade moderada, com IMC superior a 35mg/m². Pessoas que tenham doenças causadas pela obesidade como diabetes, apneia do sono, pressão alta, colesterol alto, doenças cardiovasculares, AVC, arritmias ou osteoartrites também podem ser eletivos para tal.
Os principais tipos de cirurgias bariátricas existentes são:
- Banda gástrica: é colocada uma faixa ajustável em volta do estômago, diminuindo seu tamanho e contribuindo para que a pessoa coma menos. Veja como é feita a cirurgia da banda gástrica;
- Bypass gástrico: é feita uma redução do tamanho do estômago e alteração do intestino, que é ligado diretamente ao pequeno estômago, o que diminui a capacidade da pessoa se alimentar de grandes refeições, levando ao emagrecimento. Saiba como é feita e como é a recuperação da cirurgia de bypass gástrico;
- Derivação biliopancreática: é feita através da remoção de uma grande parte do estômago e uma ligação do estômago com a parte final do intestino delgado;
- Gastrectomia vertical ou sleeve gástrico: é feita a remoção da parte esquerda do estômago, o que faz com que exista uma diminuição da capacidade do estômago para armazenar comida. Entenda como é feita a cirurgia de gastrectomia vertical.
O tipo escolhido pode variar de paciente a paciente - dadas as condições e necessidades de cada um. Uma última opção a ser listada aqui é a colocação de um balão gástrico temporário por meio de endoscopia, a fim de diminuir o consumo de alimentos por um período.
Como não desistir do tratamento?
A luta contra a obesidade não é fácil, nem rápida - sabemos. Mas é necessária para atribuir mais qualidade de vida, bem-estar e longevidade ao paciente. Embora seja bastante difícil “virar a chave” e insistir na mudança de hábitos para práticas mais saudáveis, listamos algumas dicas que podem te ajudar a manter a disciplina:
- Estabeleça objetivos semanais que sejam tangíveis e possíveis de serem atingidos;
- Se a dieta for muito restritiva ou pouco palatável, peça ao seu nutricionista que faça alguns ajustes;
- Escolha uma atividade física que tenha prazer em desempenhar;
- Registre os resultados e comemore até mesmo as pequenas conquistas.
E para começar já, é bom salientar que existem diversos tipos de programas gratuitos disponíveis em hospitais universitários ao longo do país; sendo possível buscar mais informações sobre encaminhamentos em postos de saúde.
Existem também vários grupos de apoio que reúnem pessoas portadoras de obesidade de modo a estimulá-las e dar suporte durante o processo de emagrecimento.
Fontes: