Saiba diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica
Quem nunca ficou apreensivo por ter algum evento importante e mal conseguiu dormir direito; ou mesmo teve um episódio alimentar compulsivo às vésperas de uma apresentação? Entenda mais sobre a diferença entre a ansiedade “normal” e a patológica aqui.
O que é ansiedade?
O sentimento básico nas situações citadas é a ansiedade. Falando de forma bem simples, a ansiedade é a sensação que alguém experimenta quando está sob pressão ou muito apreensiva em função de algo.
Claro que é perfeitamente normal sentir ansiedade frente a um desafio como uma prova, ou mesmo no momento de lidar com uma decisão difícil. Cada um sabe o nível de ansiedade que sente e quais os gatilhos que a precedem. Tanto os humanos como os animais podem estar sujeitos a ela e seus efeitos desagradáveis - sensação de vazio no estômago, aceleração dos batimentos cardíacos, medo intenso e indefinido, aperto no tórax, transpiração e outras alterações associadas à disfunção do sistema nervoso autônomo.
Porém, cada vez mais esses sintomas têm tomado a vida das pessoas, o que faz da ansiedade, o “mal do século”.
Porque a ansiedade acontece?
São vários os gatilhos, mas, de forma geral - podemos dizer que o mundo já não é mais o que era anos atrás. Nitidamente a vida tem se tornado cada vez menos segura e mais ameaçadora do que no passado. As pessoas estão sujeitas à violência - algumas classes sociais ainda mais do que outras - terrorismo, catástrofes naturais ou acontecimentos trágicos. Os jornais estão estampados com notícias aterradoras sobre morte, perdas e doenças.
Esta ameaça generalizada e sensação de “sem saída” se traduz em ansiedade. O único problema, porém, é que as pessoas estão tão habituadas a ter esse tipo de sentimento, que muitas vezes não percebem quando ele passa pro “próximo nível”.
Qual o limite entre a ansiedade normal e a patológica?
A ansiedade normal é advinda de um motivo existente que, de certa forma, ameaça a paz do indivíduo tanto em intensidade quanto em duração. Geralmente está mais associada à esfera psíquica do que a física.
Já a ansiedade patológica, além de muito intensa, não possui gatilho aparente - sendo motivada por qualquer circunstância, ainda que “pequena”. Seus sintomas e sinais são mais evidentes e fáceis de descrever do que a ansiedade normal.
Ela se traduz mais por sintomas físicos que acompanham os psíquicos. Um dos mais típicos é a sensação de aperto no peito; como se uma garra estivesse estrangulando o tórax. É natural também ter a sudorese aumentada, tremedeira, gagueira, respiração curta e ofegante, fala ausente ou entrecortada, tensão muscular excessiva, queda na fertilidade, pele avermelhada - especialmente no rosto, medos exacerbados, perfeccionismo, alterações no sono, insônia e afins.
Três medos são muito comuns na rotina de ansiosos patológicos:
- Medo de estar enlouquecendo;
- Medo dos pensamentos suicidas;
- Medo de doenças variadas.
Além disso, a ansiedade normal não compromete as funções e atividades do portador - como faz a patológica. É natural também que esta última seja confundida com depressão, embora seus sintomas e tratamento sejam totalmente distintos.
Quais são as apresentações clínicas da ansiedade?
Ansiedade generalizada
Preocupação excessiva com todas as esferas da vida, mesmo que essas coisas não atinjam de fato a pessoa.
Ansiedade social
É um temor à interação social - o portador não se sente confortável na presença de outras pessoas, ainda que sejam parentes.
Transtorno de ansiedade
Está diretamente relacionado com outras síndromes psiquiátricas, fobias, estresse excessivo, transtorno obsessivo compulsivo etc. A pessoa com transtorno de ansiedade não consegue viver em paz com as outras e nem consigo mesma.
Crises de ansiedade
Aqui os sintomas são mais físicos: suor frio, fala compulsiva e atropelada, boca seca, agitação. É comum surgir após algum evento traumático.
Ataque de ansiedade
São popularmente conhecidos como “crises existenciais” e acontecem quando começamos a nos perguntar o porquê das coisas da vida - sem nem sempre encontrarmos respostas satisfatórias.
Qual o melhor tratamento para a ansiedade?
Obviamente a intervenção de um especialista se faz necessária, a fim de melhorar ou evitar quadros mais intensos. A terapia cognitivo-comportamental tem sido amplamente usada e demonstrado resultados satisfatórios.
Os estudos acerca do tema demonstram que a linha cognitiva é a mais indicada para a prevenção e tratamento dos transtornos de ansiedade: ela ensina o paciente a compreender o que acontece no seu organismo, como acontece, por que acontece e o mais importante: como este paciente pode resolver todos os problemas envolvidos.
Caso você sofra de ansiedade, recomendamos que busque ajuda. Investir no tratamento é a melhor saída para manter-se com a saúde mental em dia. Pensar em si e cuidar-se é imprescindível para poder ajudar os demais que dependem de você.
Fontes: